sexta-feira, 25 de junho de 2010

A IMPORTAÇÃO E SEUS PERIGOS

Contratar , contratar e contratar estrangeiros, somente é válido quando não se parte para o exagero, ou seja, um time pode sim possuir jogadores estrangeiros, porém, nunca deve se esquecer de que deve formar jogadores dentro de seus celeiros, para que nunca se esqueça a usa identidade.
Sou de um tempo em que a seleção brasileira só contava com um internacional em sua esquadra, o craque Falcão que jogava na Roma; e lembro-me bem do choro da torcida do Flamengo quando o grande Zico foi para a Udinese (hoje quando uma criança de 16 anos começa a se destacar é considerado "normal" a sua ida a Europa).
Na maioria das vezes os jogadores são tratados apenas como produtos, em determinados casos, culpa destes empresários sanguessugas (essa classezinha nojenta que mancha o futebol puro). Já teve caso de jogador ficar sem passaporte morando literalmente em aeroporto, estilo Tom Hanks no ótimo filme Terminal.
Trazer jogadores de fora e não desenvolver bons jogadores em sua terra é um perigo iminente naquelas mentalidades que se preocupam somente com o agora (títulos imediatos e dinheiro para o caixa).
Itália e França estão sentindo na pele a dor disto;e a Inglaterra e Alemanha se classificaram com dificuldade e a Espanha amanhã é uma incerteza. Estes cinco países são os maiores exportadores do futebol e começam a sofrer as consequencias de não formarem jogadores em seus territórios, de modo a suprir e ocupar o lugar dos muitos ótimos jogadores históricos que vestiram e defenderam as suas cores.
Lembrarei de propósito alguns fatos, ocorridos no futebol mundial que coroboram com essa tese. Inter da Itália, campeão europeu sem um italiano (vergonha) no time principal. Arsenal e Chelsea repleto de estrangeiros e fazendo todo ano belas campanhas continentais. Barcelona, Real Madrid e Sevilla cheios de sulaméricanos. Lembro-me do Pogon Sczeczin da Polônia que contratou 18 brazucas em uma temporada pensando em título e desceu de divisão.
Neste ensejo vale frisar que, a América do Sul, maior pólo exportador de jogadores, estão com as suas seleções fazendo uma ótima campanha nessa Copa.
Sem o radicalismo de Chivas, Atlético Bilbao e El Nacional, porém respeitando e muito as suas posturas, vale lembrar que o El Nacional,onde só joga nascidos no Equador é um dos times de ponta no país; o Athletic de Bilbao (que só joga basco), nunca foi rebaixado na com mais de cem anos primeira divisão espanhola (somente ele, o Barça e o Real não conhecem a segundona nacional) e o chivas guadalajara do México está na semifinal da difícil Libertadores com um time praticamente reserva, pois oito jogadores estão servindo a seleção do México na África do Sul.
Findando é válido sim exportar jogadores (na minha modesta opinião no máximo de três) para qeu se mantenha o aspecto cultural local. Definitivamente é estranhao ir-se jogar contra um time de um país sendo que os 16 jogadores não nasceram lá.
Basta de empresários! Deixem o futebol em paz! não a ganância consumista! Não ao futebol moderno! Pode-se exportar mas com limites para não descaracterizar-se!

Uma boa sorte e felicidades a todos os leitores !

Um comentário:

  1. Grande "Pelota": Já estava preparando uma análise sobre este tema. Em breve a colocarei no blog. Mas, como você cita, é mais um exemplo do capital nocivo deteriorando o futebol. Os grandes centros econômicos do futebol, principalmente, Inglaterra, Itália, Alemanha, Espanha e França, sofrem com a desmedida mercantilização do futebol. Aí está a briga entre os que defendem o lado esporte, tradição e romântico do futebol com a defesa da copa do mundo, das seleções nacionais e os outros, que entendem o futebol apenas como mercado, negócio. O equilíbrio das coisas é a saída. Não podemos voltar ao tempo do amadorismo, mas, considerar o futebol apenas como uma atividade econômica ira matar o esporte, matando também a fonte de lucros que é o mesmo.

    ResponderExcluir